Descrição
A República do cortiço
Eugênio Borges
No esquecido mundo nordestino, deu-se o êxodo das almas produtivas para o chamamento da grande São Paulo, que acenava com promessas de empregos e enriquecimento fácil, verdadeiro El Dourado brasileiro dos anos sessenta e setenta. A saga passa-se nos subterrâneos pauperizados da periferia da cidade. A precariedade do emprego, os trabalhos temporários, vitimizam uma população já muito empobrecida.
As relações laborais levam ao acirramento da luta de classes, que começa a tornar-se notória. A conjuntura política começa dando mais força à direita organizada em torno das forças armadas e explode num golpe militar, que toma o poder e retira as liberdades de reunião, associação e sindical. Começam os anos de chumbo no Brasil, com toda a repressão militarista tão nossa conhecida. O romance A República do Cortiço revive o sofrimento do povo mais oprimido, relembrando o cinquentenário do início daquele regime. Em histórias multifacetadas encontra-se o sonho concretizado de uma minirrepública socialista, metáfora escapatória da realidade, que serviu de abrigo às almas perseguidas que moravam num cortiço